sábado, 14 de janeiro de 2012

"América Latina" do "Terceiro Mundo"...

"O terceiro sexo, a terceira guerra e o terceiro mundo são tão difíceis de entender..." (Engenheiros do Hawaii)

Estou lendo um livro muito interessante do Roberto Campos, o Além do Cotidiano. Nele o autor faz previsões na década de 80 de fatos que estão acontecendo atualmente. Dizem que os economistas erram previsões, mas creio que as errem apenas quando utilizam modelos matemáticos em excesso. O que o economista, teólogo, filósofo, e etc. toma como um ponto importantíssimo a destacar é a utilização demasiada de expressões tachativas, tais como as citadas no título deste texto.

A respeito da América Latina, são países com características econômicas e sociais diferentes, com processo de colonização não homogêneo, e que vem experimentando ideologias diferentes... Porém, o ponto central é a denominação de Terceiro Mundo. Brilhantemente o autor refere-se a este enfoque, mesmo para os anos 80, onde os países latinos ainda não tinham tanta representatividade econômica como no contexto atual. Para o autor, é exagero essa classificação, pois assim deveriam existir ainda um Quarto Mundo, pois há um grau abaixo de desenvolvimento que jogaram dentro dessa quassificação de Terceiro Mundismo.

Na minha opinião é como separar ateus e agnósticos, cristão fundamentalista e tradicionalista, porque é tudo uma confusão muito grande. E são as desigualdades dos países que promovem isso... Se você olhar pro Sudeste do Brasil, verá um Primeiro Mundo (em termos econômicos), no geral o Brasil é "a periferia do Terceiro Mundo", expressão do R. Campos.

Temos uma infra-estrutura econômica precária e uma estrutura social precaríssima! Utilizar esses termos tachativos é bom quando se quer utilizar o "culpismo", muito bem exposto por Gianetti (2011) como forma de explicar o atraso econômico, já que dizer "somos pobres porque os EUA são ricos" é muito coerente do ponto de vista de um revoltado, mas talvez antes da década de 80 o protecionismo, o medo da tecnologia, do novo, dos investimentos internos, pode ter promovido o aumento do nosso atraso tecnológico. O medo foi nosso atraso, bem mais do que o imperialismo. Realmente, o terceiro mundo é difícil de entender... E Terceiro Mundo não indica pobreza, indica apenas os que chegaram atrasados na festa e não souberam aproveitar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário