quarta-feira, 7 de julho de 2010

DESINVESTIMENTO: PROVA DE REGRESSÃO?


Quanto mais tempo passa, mas continuamos "imundando" o mundo...
Estamos criando riqueza ou destruindo riqueza?
Estamos em constante Revolução Industrial...
Vários artifícios são dados em favor da destruição,
Ou melhor, porque não dizer, do desenvolvimento...
Graças à Deus que limites de desmatando foram aceitos
Mas manter menos de 50% da nativa é bom, 50% apenas foi morta...
A vida deve continuar, o progresso deve acontecer
E claro, a única opção é destruir para construir
Então vamos destruir para produzir alimentos
Vamos alimentar nossos carros com biodisel
Pois eles precisam mais que a gente...
Mas se for um biodiesel alternativo, aí sim!
Um dia quem sabe inventam o motor elétrico
Quem sabe, muito futuramente tenhamos carros
movidos a energia solar, cinética, eólica...
Opa... Essas fontes já existem...
E porque continuamos destruindo?
Voltamos ao início: Viva o desinvestimento!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

PORQUE NÃO HOUVE INDUSTRIALIZAÇÃO NA ECONOMIA DO AÇÚCAR?

PARTE 1:

PORQUE NÃO OUVE INDUSTRIALIZAÇÃO NA ECONOMIA AÇUCAREIRA?

O livro Formação Econômica do Brasil expõe vários argumentos que mostram como a indústria se comportava em diferentes etapas da economia brasileira. O processo de industrialização, porém, é o mais audacioso de se investigar, uma vez que Celso Furtado nos “convida” a tentar desvendar as verdadeiras causas dessa industrialização tardia.

Tal desafio se torna ainda mais interessante ao tratarmos de desvendar as ligações que envolvem várias possíveis causas dessa industrialização. Ou seja, enquanto vários países se desenvolviam, foi a escassa mão-de-obra com experiência que causara o atraso relativo por parte do Brasil? Ou fora a forte queda da renda per capita em períodos importantes? Ou ainda, a ausência de grupos com interesses no mercado interno favorecia o setor exportador e desvalorizava o apogeu de uma indústria com fins ao mercado interno?

Para isso, desvendaremos em princípio, o porquê da não ausência de um complexo industrial no período açucareiro, de sua implementação até sua perda de valor.

O processo de industrialização a que Celso Furtado se refere diz respeito a inserção a nível considerável de um complexo industrial, ou seja, que envolva indústrias atuando para diversos mercados: importador, interno e externo. Dizer puro e simplesmente que a industrialização seria a introdução pura e simples da indústria no país incorre em um erro, já que a indústria pode ter como base fins exportadores. O Brasil já importava máquinas e equipamentos, estes para a indústria açucareira.

[…]Essa experiência [o açúcar] resultou ser de enorme importância, pois, demais de permitir a solução dos problemas técnicos relacionados com a produção do açúcar, fomentou o desenvolvimento em Portugal da indústria de equipamentos para os engenhos açucareiros. Se se têm em conta as dificuldades que se enfrentavam na época para conhecer qualquer técnica de produção e as proibições que havia para exportação de equipamentos, compreende-se facilmente que, sem o relativo avanço técnico de Portugal nesse setor, o êxito da empresa brasileira teria sido mais difícil ou mais remoto.

(Furtado,1995. p.09)

Considerando a atividade açucareira como de fundamental importância, a possibilidade de importação de máquinas surgia basicamente dessa experiência – praticada em algumas ilhas do Atlântico – que possibilitava a utilização de novas técnicas e aprimoramento das já existentes. Contudo, percebemos que a Metrópole era quem detinha o poder de importar para o Brasil, ou melhor, enviar meios de produção para sua colônia.

Porém, essas descobertas tecnológicas que possibilitaram ganhos consideráveis aos portugueses por um certo tempo, foram absorvidas e aprimoradas pelos holandeses, parceiros comercias que eventualmente foram expulsos do território, levando consigo meios de retirar o monopólio de Portugal. Celso comenta sobre a audácia holandesa

[…]Senhores da técnica de produção e muito provavelmente aparelhados para a fabricação de equipamentos para a indústria açucareira, os holandeses se empenharam firmemente em criar fora do Brasil um importante núcleo produtor de açúcar. É tão favorável a situação que encontram nas Antilhas francesas e inglesas que preferem colaborar com os colonos dessas regiões a ocupar novas terras e instalar por conta própria a indústria.


(Furtado,1995. p.25)

A colônia inglesa sofreu uma forte transformação na sua estrutura após a inserção holandesa nas Antilhas, expulsando um grupo de pequenos produtores de suas colônias, de modo que agora dois grupos se formavam em um conjunto maior, interagindo e gerando condições para uma posterior formação de um mercado interno, o que mostra claramente a relação comercial de atividades diferentes, fato que também era comum na América portuguesa. Porém os meios técnicos para aprimoramento, como construção naval e fábrica de bebidas não foram implementadas pelos portugueses.

Sobre essa relação, que posteriormente geraria maior nível industrial para a Nova Inglaterra. Formação Econômica do Brasil expõe que

[…]as duas partes principais do sistema - a região produtora do artigo básico de exportação, e a região que abastecia a primeira - hajam estado separadas é de fundamental importância para explicar o desenvolvimento subseqüente de ambas. A essa separação se deve que os capitais gerados no conjunto do sistema não hajam sido canalizados exclusivamente para a atividade açucareira, que na realidade era á mais lucrativa. Essa separação, ao tornar possível o desenvolvimento de uma economia agrícola não-especializada na exportação de produtos tropicais, marca o início de uma nova etapa na ocupação econômica das terras americanas

(Furtado,1995. p.28)